A desinformação sobre as características nutricionais da dieta de cães pode ser um agravante em algumas condições clínicas. Nos pacientes que requerem restrição dietética de sódio, além do teor de sódio proveniente da ração, deve-se considerar todas as formas possíveis de ingestão deste eletrólito. Desta forma, os petiscos fornecidos ao cão e a forma farmacêutica sob a qual o animal receberá a terapia podem contribuir para o excesso de consumo de sódio. No presente estudo foi analisado o teor de sódio de petiscos caninos como biscoitos indicados para adultos e filhotes, snacks (bifinhos) e de comprimidos palatáveis manipulados sob a forma de biscoitos. Todas as amostras denotaram teores de sódio que devem ser considerados clinicamente. Tendo em vista os valores de sódio em mg/100g de produto e mg/unidade do produto, os snacks caninos analisados apresentaram teores superiores de sódio (1025,21 ± 197,15mg/100g) comparativamente aos comprimidos palatáveis (356,23 ± 150,27mg/100g) e biscoitos caninos (319,4 (199,3 – 1099,0mg/100g) (p<0,0001). Desta forma, o teor de sódio encontrado em uma unidade de snack pode equivaler a praticamente quatro unidades de biscoitos ou vinte de comprimidos. Apesar de não haver diferença dos valores de sódio/100g entre comprimidos palatáveis e biscoitos, a unidade dos comprimidos apresenta teor inferior de sódio em relação aos biscoitos e snacks caninos (p<0,0001). A determinação do teor de sódio em biscoitos e petiscos caninos, bem como em comprimidos palatáveis poderá auxiliar o médico veterinário na prescrição dietética mais adequada ao paciente e na divulgação de dietas mais saudáveis para os cães uma vez que a rotulagem apenas informa o teor mínimo deste eletrólito.